Páginas

Depois da vitória, ainda é preciso ter fé

sábado, 21 de janeiro de 2012

Todos nós estamos sempre em busca de alguma vitória. Deus nos fez com capacidade para lutar, vencer obstáculos e conquistar nossos objetivos. É claro que isso não exclui as possibilidades de derrotas, frustrações e decepções. Entretanto, mesmo em meio às dificuldades, podemos encontrar forças e estratégias para vencer.
E mesmo quando vencemos não paramos de lutar, seja porque temos outros alvos que ainda precisam ser alcançados ou porque estamos sendo provados. Depois da vitória, ainda que tudo pareça tranquilo, devemos estar sempre vigilantes e preparados para enfrentar o que estiver por vir.

Um grande exemplo disso está em Êxodo 16, em que a Bíblia relata que a congregação dos filhos de Israel veio para o deserto de Sim, onde num ato de rebeldia acabou murmurando contra Moisés e Arão. Esse mesmo povo havia sido liberto por Deus da escravidão do Egito, testemunhado as maravilhas do Senhor, inclusive visto o mar se abrir e tido o imenso privilégio de poder atravessá-lo. Será que tudo isso foi pouco? Vale lembrar que, para saciar a sede deles, Deus ainda tornou águas amargas em doces.

Contudo, ainda tendo visto a grande manifestação do poder de Deus, essas pessoas murmuraram e rejeitaram os planos do Senhor: “disseram-lhes os filhos de Israel: Quem nos dera tivéssemos morrido pela mão do Senhor, na terra do Egito, quando estávamos sentados junto às panelas de carne e comíamos pão a fartar! Pois nos trouxestes a este deserto, para matardes de fome toda esta multidão” (Êxodo 16: 3).

Depois da vitória, um deserto?

Como assim? O povo atravessa o mar e vai para um deserto? Eles não deveriam atravessar o mar e entrar de uma vez por todas na Terra Prometida? Quase nunca nossos planos são os planos de Deus. Na maioria das vezes, buscamos estar na nossa amada zona de conforto quando deveríamos almejar o calor da batalha. Isso acontece porque, quando entendemos que tudo está resolvido, acabamos nos acomodando com nossas próprias limitações e não procuramos mais o crescimento, o aperfeiçoamento.

Deus conhece todas as coisas. Ele é o único capaz de ver claramente o nosso interior e sondar os desejos do nosso coração. Deus conhecia aquele povo e sabia exatamente do que ele precisava e em que deveria ser provado. Não se iluda. Antes de entrar na Terra Prometida, você precisa ser testado e aprovado, ainda que isso aconteça depois de uma grande vitória.

Os desertos têm o seu sentido na nossa vida. Mesmo que isso pareça paradoxal, precisamos de desertos para crescer. Deus nos leva a desertos ou nos permite chegar a eles sempre com propósitos muito bem definidos. A fé dos filhos de Israel foi constantemente provada. Infelizmente, por muitas vezes eles preferiram o caminho mais fácil, a murmuração, que por sua vez leva à desobediência. O que seria mais difícil para Deus: abrir o mar ou providenciar alimento para seu povo? Não há nada difícil para o Senhor, pois Ele tem sempre o controle de tudo.

No deserto de Sim, os filhos de Israel encontraram na falta de alimento um motivo de preocupação e consequente murmuração. Quantas vezes, apesar de muitas vitórias, nós também encontramos um aparente motivo para duvidar da fidelidade de Deus? Assim como aquele povo, nós também temos testemunhado maravilhas e, infelizmente, muitas vezes temos murmurado. Entretanto, o Senhor é fiel mesmo quando nós não somos. Ele supre as nossas necessidades mesmo quando duvidamos da sua provisão.

O maná

Deus satisfez o desejo do coração dos filhos de Israel. O Senhor supriu a necessidade daquele povo, enviando o maná do céu. Ao recebermos a bênção de Deus, muitas vezes estamos tão cegos em meio à preocupação que nem mesmo a reconhecemos. Por querer que as coisas aconteçam como esperamos ou planejamos, acabamos desconhecendo o agir de Deus. Foi assim com os filhos de Israel em diferentes tempos e ainda o é conosco hoje. Deus enviou o maná e o povo não o reconheceu a princípio, assim como muitos não reconheceram Jesus como filho de Deus.
“Vendo-a os filhos de Israel, disseram uns aos outros: Que é isto? Pois não sabiam o que era. Disse-lhes Moisés: Isto é o pão que o SENHOR vos dá para vosso alimento” (v. 15).

Com o maná veio também a prova. “Então, disse o SENHOR a Moisés: Eis que vos farei chover do céu pão, e o povo sairá e colherá diariamente a porção para cada dia, para que eu ponha à prova se anda na minha lei ou não” (v.4).

Como citado anteriormente, o Senhor sempre sabe em que precisamos ser testados. Deus nos abençoa diariamente. Todos os dias testemunhamos o agir de Deus. Porém, é comum nos esquecermos do milagre de ontem quando enxergamos a necessidade de hoje ou nos preocupamos com o amanhã. “Disse-lhes Moisés: Ninguém deixe dele para a manhã seguinte” (v.19).

A condição de não guardar o pão para o dia seguinte novamente colocou à prova a fé daquele povo. O dia de amanhã para muitos sempre será uma questão muito difícil de ser resolvida. Não guardar o pão de amanhã era tarefa que exigia fé e, por isso, alguns foram reprovados. A falta de fé leva à desobediência. “Eles, porém, não deram ouvidos a Moisés, e alguns deixaram do maná para a manhã seguinte; porém deu bichos e cheirava mal. E Moisés se indignou contra eles” (v. 20).

Precisamos aprender que a sabedoria de Deus é perfeita. Ele sempre sabe do que e quando precisamos. Não adianta querer uma bênção fora do tempo planejado pelo Senhor, porque os resultados não serão os mesmos. Também não é correto querer “dar uma ajudinha a Deus” e burlar uma ordenança do Senhor para se antecipar ao tempo de Deus e receber a bênção antes da hora. É comum querermos dar um jeitinho de resolver as coisas à nossa maneira, achando que Deus precisa de uma ideia humana, uma sugestão ou uma estratégia maravilhosa que nasceu na nossa cabeça concebida por nossa incredulidade ou simplesmente pela incessante preocupação.

Jesus nos ensinou a confiar ao Senhor as nossas necessidades diárias: “o pão nosso de cada dia dá-nos hoje;” (Mateus 6:11). Ele também nos mostrou que não devemos nos preocupar com o dia de amanhã: “Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal” (v. 34).

A falta de fé gera murmuração, rebeldia, desobediência. Dessa forma, a fé é uma arma poderosa para quem quer vencer todas as provações dos desertos da vida. Devemos entender que Deus tem poder para suprir todas as nossas necessidades, por isso, não devemos andar ansiosos pela nossa vida (Leia Mateus 6: 25 a 34).

Seja antes ou depois de uma vitória, jamais devemos dar lugar à dúvida, pois as provações virão, e uma coisa é certa: Deus sempre será o mesmo. Enquanto os filhos de Israel necessitaram do maná, o Senhor o providenciou para eles. “E comeram os filhos de Israel maná quarenta anos, até que entraram em terra habitada; comeram maná até que chegaram aos limites da terra de Canaã” (Êxodo 16: 35). Espere sempre que venha do Senhor aquilo que você precisa e jamais confie na sua própria sabedoria.

Em momentos de dificuldades ou em tempos de alegrias, esteja sempre confiante no Senhor, revestindo-se de fé dia após dia. Encha-se diariamente da presença de Jesus Cristo, “o pão de Deus que desce do céu e dá vida ao mundo” (João 6:33). E Jesus sempre sustentará o seu povo mesmo no deserto.

Texto: Ana Oliveira
Imagens:
http://ejcdepeixinhos.blogspot.com
http://biblicasimagens.blogspot.com
http://livre-pra-pensar.blogspot.com
http://br.freepik.com/

0 comentários:

Postar um comentário

Participe! Todos os comentários serão bem-vindos, mas reservamo-nos o direito de excluir eventuais mensagens com linguagem inadequada ou ofensiva. Agradecemos a colaboração.

 
Célula de Andréa Póvoas | by TNB ©2010